Nos últimos anos entrou na agenda o termo bullying referente
a episódios recorrentes de agressão de natureza diferenciada a crianças e
jovens realizados por outras crianças e jovens. O bullying assume diferentes
formas e níveis de gravidade e, como não podia deixar de ser, vai sofrendo adaptações
de acordo com as mudanças na sociedade. Como exemplo, pode citar-se o aumento
dos casos reportados de utilização das redes sociais com forma de agressão, o
que tem merecido a designação de ciberbullying e que ocasiona situações de
gravidade muito significativa.
Ultimamente, em Portugal e também como consequência das
mudanças sociais e económicas, começa a emergir uma outra variação nas formas
de bullying que igualmente se revela de uma extrema gravidade e de que apenas
um número relativamente restrito de pessoas consegue escapar. Refiro-me ao bullying
fiscal.
Embora ainda não muito referenciado na literatura sobre
estas matérias, o bullying fiscal realizado, estranhamente, em nome do bem
público, agride de forma particularmente grave as famílias, comprometendo
seriamente a sua qualidade de vida e afectando desde os mais velhos aos mais
novos.
Este fenómeno, o bullying fiscal, é perpetrado nas mais
diversas situações e contextos e sempre de forma pesada e sem grandes
possibilidades de lhe fugir para a maior parte das pessoas.
Como já disse, existe um pequeno grupo que mercê do seu poder
consegue escapar de forma mais tranquila a este bullying fiscal. Não é surpresa, a investigação sobre o
bullying refere justamente que os mais poderosos estão menos expostos ao papel
de vítimas, estando mais frequentemente ao lado ou coniventes com os
agressores.
Não está a ser uma tarefa fácil, longe disso, lidar com
estas novas formas de agressão e dificilmente se vislumbram dispositivos de
apoio e formas de as minimizar.
Sem comentários:
Enviar um comentário