segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A SAÚDE, A POBREZA E OS JUROS ALTOS

Num telegrama a que o pouco tempo obriga, duas referências a títulos de 1ª página da imprensa de hoje.
No JN lê-se, "Pernoitam à porta do Centro para ter consulta" e "Lista de espera para comer nas cantinas sociais".
No DN ficamos a saber que "Pequenos empresários pagam os juros mais altos da Europa (o dobro do que pagam os empresários alemães).
Estas referências, faces da mesma moeda, são retratos muito óbvios de um quotidiano que abala profundamente a qualidade de vida de milhões de portugueses e, simultaneamente, evidencia tudo o que não tem sido feito para alterar a espiral de falências, desemprego e pobreza.
As dificuldades crescentes para aceder aos cuidados de saúde e a algo tão básico como a alimentação é arrepiante.
Mas não menos grave é perceber como os modelos económicos que produzem pobreza e exclusão permanecem inalterados. Num país com as dificuldades do nosso, as taxas de juro exigidas aos pequenos empresários são o dobro das exigidas aos empresários alemães. Da mesma forma, a Alemanha tem em taxas de juro negativas e Portugal, de acordo com o negócio que a troika impôs, paga juros altíssimos que nos condenam à pobreza e ao provável incumprimento susceptível de nos afundar ainda mais.
Curiosamente, ou talvez não, as nossas lideranças continuam respeitosamente e sem um sobressalto a calar e a aceitar tal cenário.

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