Péssima forma de começar o dia.
Dou de caras com a 1ª página do Público, "Trabalhadores e pensionistas vão
pagar 70% do défice" e lembrei-me da famosa palavra de ordem "Os
ricos que paguem a crise".
As palavras de ordem, nas mais
das vezes, são apenas isso, palavras, que como quase sempre acontece o vento
leva.
Os ventos agora são fortes e
também levaram estas palavras para o reino das utopias onde também descansam
outras como "O povo unido jamais será vencido", lembram-se? que agora
parecem emergir vindas de lá do reino das utopias.
Parece estar a crescer de novo o
tempo de levar as utopias para a rua.
É verdade que, provavelmente, os ricos nunca irão
pagar a crise, é verdade que o povo nunca estará unido e, portanto, vai sendo
vencido.
No entanto, também acontece que as
utopias criam um horizonte que dá sentido à vida. E o que está a acontecer
agora é a perspectiva de uma vida sem sentido, sem horizonte, sem esperança.
É preciso retomar a ingenuidade e
a força de trazer as utopias para a rua e gritar.
O povo unido jamais será vencido.
Os ricos que paguem a crise. Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas.
Quando nos ouvimos, todos, sentimo-nos melhor.
3 comentários:
Caro José, não está a ser rigoroso!!!
Ricos? Que ricos, quando temos um país onde o peso das famílias com mais de 80000 euros por anos não chegam a 1,5% do número total das famílias?
Quanto aos trabalhadores e pensionistas, não os coloque todos no mesmo saco, como faz o Público.
Todos sabemos que há trabalhadores e pensionistas que não vão ter aumento da carga fiscal, porque simplesmente não pagam IRS. Como sabe, são mais de 2 milhões de agregados familiares que não pagam IRS.
Agora, se me fala em classe média, claro que está a ser afectada, mas atenção, de forma progressiva. Não desvalorize isso.
Por isso, seria bom que todos fossemos mais rigorosos nas afirmações...
Olá Pedro, por estranho que lhe possa parecer, conhecendo o que me rodeia, continuo a achar que sou rigoroso. O termo rico e pobre não é só contabilizado em € e em termos absolutos. Eu posso ser rico comparado o meu rendimento com a miserável pensão de reforma da minha mãe mas sou eu que estou a pagar a crise, não os que na verdade, são ricos.
Mas a divida é de quem? Dos ricos? Dos pobres? Dos "assim-assim?
Ou do Estado?
Quem é que consume mais do que pode? Quem gasta mais do que tem e cresce mais do que deve?
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