No Domingo dia destinado ao
descanso nas nossas agendas mal parece falar de produtividade mas, desculpem
lá, é só uma nota pequenina.
Os funcionários da Empresa
Municipal de Estacionamento de Lisboa - EMEL, aquela rapaziada que aparece
sempre onde não deve, quando não deve, só para nos arreliar, têm tido um modelo
de construção do seu salário de que faz parte um acréscimo por zelo, ou seja,
por produtividade, como agora se diz.
Tal modelo incentivava os fiscais
a tornarem-se, por assim dizer, menos amigáveis para com o cidadão lisboeta.
Carrinho em cima do passeio, é carrinho rebocado e quanto mais melhor. Carrinho
deixado em frente à placa "Proibido estacionar" é carrinho multado.
Carrinho sem o ticket com o horário ajustado e a tarifa paga, é carrinho
multado, carrinho deixado em segunda fila, é carrinho rebocado. E mais nada.
Ao que parece esta zelosa
rapaziada que estava a fazer pela vida, mais serviço, mais ordenado, teve azar,
multaram indecentemente algumas figuras
que não deviam, gente ligada à própria autarquia e até, imagine-se, tiveram a
atrevida ousadia de se meterem com o Dr. Miguel Sousa Tavares, ainda por cima,
ao que parece, em situações de excesso de zelo. Das duas uma, ou os incomodados
não estavam a prevaricar e é estranha a multa, ou os incomodados estavam a
prevaricar mas era pouco e por pouco tempo e eles, malandros caça multas logo
viram ali mais uns euros de ordenado que, tal como o nosso, tem vindo a
encolher e pumba, não perdoaram. Que malandragem.
É claro que as pessoas
incomodadas não gostaram e apresentaram as suas inquietações a quem de direito,
o vereador responsável.
Ainda bem que o fizeram, Senhor Vereador Nunes da Silva insurgiu-se
contra tal situação, o acréscimo de ordenado por produtividade, número de
multas e carros rebocados, e acabou com tal desvario.
Não sei como irão reagir os
funcionários da EMEL. Por um lado, o respeito pela sua função e respeito pela
deontologia sugere que actuem quando entendam que tal se justifica. Por outro
lado, podem começar a formular um juízo arbitrário sobre quem, estando em
prevaricação, deve, ou não, beneficiar da sua benevolência e generosidade,
sobretudo gente conhecida não vá a coisa complicar-se. Ainda uma terceira
hipótese, estando o ordenado garantido e definido sem relação com a
produtividade, podem adoptar uma atitude negligente e laxista provocando um
abaixamento das receitas da autarquia.
É um problema, havendo tanta
gente fazer o que quer, como quer, porque
é que nós, lisboetas motorizados, não podemos deixar os carrinhos onde precisamos sem estar com medo das multas ou, pior, de ter que ir levantar o carrinho e gastar uma pipa de dinheiro.
Se todos dermos um jeitinho, a coisa funciona bem, temos que ser uns p'rós outros. Andamos armados em estrangeiros,
uns tótós que têm a mania de deixar os carros só onde podem.
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