sábado, 27 de outubro de 2012

UM GRANDE BEM HAJA, SENHORA MINISTRA

Quando li pensei que talvez fosse um momento de humor introduzido nas Jornadas Parlamentares conjuntas do PSD e do CDS, mas depois percebi que era de facto uma afirmação séria e entendi o seu enorme alcance e oportunidade.
A Ministra da Justiça afirmou, cito, "os políticos têm que ser o exemplo, têm que ser absolutamente o exemplo”. Para que ficasse mais claro, acrescentou, "Se nós não formos referências, dificilmente os portugueses aceitarão sacrifícios. A classe política tem de ser exemplar, se não for perdemos legitimidade. Nessa medida, todos e cada um de nós, no seu local, tem de ser essa referência".
Não existem relatos mas creio que como é hábito na vida parlamentar muitos deputados terão exclamado um vibrante e emocionado "Muito bem".
O Ministro Miguel Relvas abanava a cabeça de forma afirmativa numa profunda e convicta concordância com a sua colega Ministra.
Como é evidente as afirmações da Dr. Paula Teixeira da Cruz são apenas um redundante e dispensável reconhecimento que devemos a uma boa parte da classe política que nos últimos anos nos têm generosamente fornecido exemplos de referência.
São um farol, por assim dizer, que nos indica o rumo de uma via de seriedade, de mérito e competência, de missão, de zelo e preocupação com o bem comum.
Obrigado a todos por serem o que são e como são, uma inspiração que nos ajuda e dá alento para as agruras de uma vida a que eles, naturalmente, são alheios mas que com o maior dos despreendimentos nos ajudam a ultrapassar.
Correndo o risco de uma enorme injustiça pelo esquecimento de alguns,  um grande bem haja a referências como Miguel Relvas, a Dias Loureiro, a Isaltino Morais,  a Armando Vara, a Oliveira e Costa, a Fátima Felgueiras e a todos os outros que só por exaustão e cansaço deixaram uma vida de sacrifício pela causa pública, para seguirem carreiras profissionais sem futuro e mal pagas, afinal a mão cheia de nada que lhes sobrou da referência em que se constituem e da ingratidão de que são vítimas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro professor, não consigo deixar de olhar os fenómenos políticos com o olhar de psicólogo clínico.

Defeito de formação, talvez.

Perder um filho é um acontecimento terrível que talvez dê a noção do exacto valor das coisas na vida.

Abraço
António Caroço

Zé Morgado disse...

Está a psicologizar António, a dor é imensa mas não tem nada a ver com estas afirmações, digo eu, que não sou psicólogo ... clínico

Anónimo disse...

Concordo com a ministra. Já queimei o meu Clio e tudo.

Anónimo disse...

Ò Zé, o Isaltino continua - como o diria extrapordinário Prof.Alexandrino - firme e hirto no seu posto público.

O tal da 4L