Uma das questões que no universo
da educação está permanentemente em discussão é o custo por aluno no sistema
público e no sistema privado.
É evidente que conhecer com algum
rigor e actualidade estes custos é importante, mas na verdade a questão é que o
valor que se pretende encontrar tem de ser "trabalhado" até servir
para sustentar a argumentação de diferentes pontos de vista sobre o ensino público
e privado, a liberdade de escolha e, finalmente, o próprio questionar do
sistema público de educação tal como o conhecemos.
Nesta "guerra" de
números e, como disse, dependendo dos pontos de vista, temos tido valores para
todos, o custo por aluno no sistema público é mais caro logo seria desejável
abrir a possibilidade de escolha, o estado só poupava. No entanto, também se
argumenta que se forem utilizados exactamente os mesmos critérios de cálculo, o
ensino privado fica mais caro.
O Tribunal de Contas também fez
contas, com dados absolutamente desatualizados e conclui que o ensino público
fica mais caro, mas que com dados actualizados a realidade pode não ser essa e
ainda aconselha a que se reavalie o modelo dos contratos de associação que,
conhecem-se situações, vigoram quando os pressupostos da sua definição, não se
verificam, pois existe resposta em estabelecimentos públicos.
E voltamos ao início. Qual é a realidade?
Nos tempos que correm, com os modelos de funcionamento e financiamento das
escolas em vigor, quanto custa na verdade ao estado cada aluno nos diferentes
sistemas?
Creio que na verdade dificilmente
conseguiremos uma resposta rigorosa e clara. Porquê? Porque é difícil fazer as
contas? Claro que não.
Porque não se conhecem os dados?
Claro que não.
Por que falta metodologia e
conhecimento para o fazer? Obviamente que não?
É a política estúpido, é porque,
como quase sempre no universo da educação, a discussão é contaminada por
interesses outros.
Confesso que já me cansa esta
discussão a que darei mais atenção quando ouvir afirmar com toda a clareza aos
defensores da liberdade de escolha que o sistema privado assume ser obrigado a
aceitar TODAS as crianças que lhe batam à porta com um financiamento debaixo do
braço, por exemplo, crianças com necessidades especiais, crianças com
trajectórias de insucesso ou problemas no comportamento, etc, etc. Nessa altura
poderemos voltar a esta discussão aos custos e ao que melhor possa defender os
interesses dos miúdos e das famílias.
Sem comentários:
Enviar um comentário