Já durante o processo de fecho
das emissões analógicas e da sua substituição em todo o país pela TDT, tive
oportunidade de ouvir em alguma comunicação social o investigador Sérgio
Denicoli, da Universidade do Minho, que alertava para aspectos discutíveis e
pouco transparentes desse processo. Em trabalho hoje divulgado é patente de
forma mais clara o favorecimento da Portugal Telecom, a incompetência e defesa
de interesses que não os dos consumidores por parte da Autoridade Nacional de
Comunicações (Anacom), a publicidade enganosa que acabava por pressionar as pessoas a
aderir à televisão paga, etc.
Acresce que depois de terminado o
processo de migração, continuamos com um dos piores serviços de televisão
digital da UE e ainda existem no território muitas zonas sombra em que muita
gente continua privada de televisão, apesar de ter realizado os investimentos
no equipamento necessário, sendo que parte dessas pessoas são justamente idosos
com baixo nível económico em zonas desertificadas. Noutras zonas são as
autarquias que a expensas próprias minimizam a incompetência e delinquência dos
responsáveis pelo processo.
Como é previsível, esta denúncia
sustentada não terá qualquer tipo de consequências ou responsabilização
sobrando, como de costume, para os consumidores os efeitos da incompetência dos
decisores e dos negócios obscuros que nos impingem e a que nos obrigam de forma
manhosa e despudorada.
Na verdade e para não variar em Porugal, o
processo da instalação da televisão digital terrestre corresponde, lamentavelmente
à sua sigla, TDT - Tudo Dentro da Tradição.
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