Era uma vez um homem, chamava-se Perdido.
Era de uma terra chamada Nada, onde,
praticamente, já ninguém vivia e de nada tinha que se viver.
Ele também partiu. O Perdido passou por muitas
terras e achou todas parecidas com Nada. Foi seguindo a estrada que crescia dos
pés e tudo, sempre, lhe parecia Nada.
Um dia entrou numa terra que, finalmente, não se
parecia com Nada. Ruas, árvores, casas, tudo bonito e arranjado, mas era
estranho, não se via ninguém. Começou a bater às portas das casas e acontecia
uma coisa misteriosa. A cada porta que batia, ela abria-se e, ao entrar, ficava
imediatamente na rua. Em todas se verificou tal estranheza. Devia ser a razão
pela qual aquela terra estava deserta.
Perplexo, interrogou os pés e retomou o caminho
para algures ou nenhures.
Há vidas assim, como a do Perdido, por mais
portas que cruzem nunca se sai da rua.
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