Continuando a usar dos bons préstimos do ponto de Wi-Fi da
Junta de Freguesia da Fajã Grande é possível dar notícias dos momentos de paraíso da Ilha
das Flores.
O vício e a necessidade das caminhadas levou-nos hoje para
uma viagem não muito extensa, 10 kms, mas dura com subidas empinadas e descidas
que doem, com um piso que nem sempre é fácil, longe disso. Mas o cansaço que se
carrega é, por assim dizer, um cansaço manso, um cansaço que o corpo sente mas
que a alma recusa e goza.
Viemos do Lagedo para a Fajã Grande, subindo primeiro para o
Mosteiro e depois para Fajãzinha.
Estas caminhadas pelas Flores, e não só, mas é que por aqui
que agora ando, mostram algo que sempre me surpreende, a capacidade da gente
inscrever uma marca humana numa criação natural.
Andando por estes trilhos parece-nos espantoso o que a
engenharia humana fez com a terra em locais aparentemente inacessíveis, com as
rochas, com as hortênsias, como aproveita a água. Como se consegue ter as
incontornáveis vacas em lugares que quando passamos nos interrogamos como é
possível que gente se desloque por ali com frequência. É notável.
Eu sei que estas apreciações produzidas por alguém de fora
que só vem por pouco tempo e volta para algures, sofrem sempre do que chamo o
efeito postal, ou seja, a vida para muitas destas pessoas que sempre estão nas Flores, não será
fácil, antes pelo contrário, é dura e, por isso, assumo o lado lúdico destas notas em que tudo parece perfeito e pode ficar excessivo. As minhas desculpas.
No entanto, é impossível ficar indiferente ao que de bonito
os olhos olham, o estômago prova, o corpo goza e o afecto guarda. São momentos
de paraíso.
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