segunda-feira, 2 de julho de 2012

TERRA DE TROCA-TINTAS

Confirma-se o confirmado. Depois de muitas horas de hesitação, dois meses de reflexão, certamente naquele estilo, "agarrem-me para eu não dizer já que sim", Moita Flores aceitou o convite da estrutura concelhia do PSD de Oeiras para se candidatar à autarquia nas próximas eleições.
Não é possível ler sem um sobressalto de alguma indignação as notícias relativas a este, e outros casos da mesma natureza. O conhecido entertainer, comentador de casos de polícia e de tudo e mais alguma coisa, Moita Flores, já tinha há algum tempo revelado a sua disponibilidade, ou seja, ofereceu-se, para continuar a prestar “serviço público” candidatando-se à autarquia de Oeiras uma vez que outra figura proeminente e altamente recomendável, o Dr. Isaltino, se desligou do PSD e chegará chegou ao fim do prazo de validade em termos de mandatos.
O Dr. Moita Flores, colocou-se em bicos de pés e afirmou a disponibilidade generosa para se sacrificar mais uns anos em nome do espírito de missão que obviamente o caracteriza. Ele só precisa de um lugarzinho numa autarquia maior pois Santarém já é coisa pouca para tanta genialidade, generosidade e vontade de servir, sendo que, com o nível de endividamento atingido, também já não haverá possibilidade de realizar obra que encha o olho.
As estruturas concelhias partidárias, atraídas pela mediática figura e pela competência autárquica da figura capazes de voltar a conquistar a autarquia, endereçaram um convite que  deixou o Dr. Moita Flores altamente sensibilizado e ao qual, conforme a imprensa da altura, não pôde responder de imediato, (pulando de entusiasmo a dizer que sim), porque seria indelicado aceitar antes de receber o convite, que ainda não tinha chegado, provavelmente, como diria Luís Filipe Menezes, por problemas nos CTT. E é assim desta forma despudorada que se tece a trama da política à portuguesa.
Depois de uns aninhos em Santarém, o Dr. Flores, pelos vistos um profundo conhecedor da realidade de Oeiras, assina de cruz o seu contrato de transferência para prosseguir a missão de serviço público a que se propôs. Devido à limitação de mandatos, esta manhosice vai certamente animar o mercado da dança das cadeiras nas próximas eleições autárquicas envolvendo as diversas cores que vão a jogo.
Terra de troca-tintas, como diria a minha avó Leonor.

1 comentário:

anónimo paz disse...

O senhor Moita Flores deixa Santarém com uma dívida autárquica de cerca de 27,5 milhões de € num universo de 100 milhões € ou seja, a 4º maior dívida das autarquias.

Talvez seja por isso que tem como prémio o concelho de Oeiras.

"O que mais me preocupa não é o grito (manigância política) dos violentos, corruptos, dos desonestos ou dos sem ética.
O que mais me preocupa é o silêncio dos bons."

Martin Luther King


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