Era uma vez um homem, chamava-se Distraído e,
naturalmente, era assim que toda a gente o tratava. Desde sempre.
Em pequeno, na escola, a toda a hora lhe diziam
que não estava atento. De início até dizia que não estava distraído, estava
atento, mas a outras coisas.
Quando percebeu que se zangavam com a resposta
começou a ficar mais calado. Apesar das viagens que fazia quando olhava para
longe, cumpriu a tarefa de aprender o que a escola decidiu ensinar-lhe.
Cresceu e escolheu viver só para poder viajar
quando e para onde lhe apetecesse sem alguém lhe dizer, lá está o Distraído.
Como sempre gostou de não se esquecer das suas
viagens e do que lá via, começou a escrever e a desenhar, conseguindo que
alguns trabalhos fossem publicados.
Logo que pôde, arranjou uma casa no sítio mais
bonito que já tinha visto em qualquer das viagens que fazia de pequeno sem sair
do lugar. Pouca gente era capaz de ir ao sítio onde ele construiu o seu espaço
para viver. É certo que alguns invejavam, mas não se atreviam.
Muitos achavam-no bonito mas interrogavam-se como
era possível que alguém vivesse sempre ali. O Distraído, nas poucas vezes que
dava atenção ao que diziam, pensava para consigo que nunca dali sairia.
O Distraído vivia nas Nuvens, um sítio
lindíssimo, a caminho da Lua.
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