terça-feira, 10 de julho de 2012

CONTRAFACÇÃO

Nos últimos anos, as economias de muitos países têm sofrido um ataque pesadíssimo através das práticas de contrafacção que envolvem muitos bilhões de euros em muitíssimas áreas, incluindo os fármacos.
Em Portugal temos também, como não podia deixar de ser, um florescente mercado de produtos contrafeitos que, através das populares "feiras" ou da mais sofisticada net, disponibilizam tudo o que se pretender, de qualquer marca, perdão "griffe". Ainda há pouco tempo me ofereceram com insistência uns óculos Armani, mesmo Armani, por 5€ que, obviamente, recusei, eram caríssimos apesar da excelência da qualidade.
As organizações de defesa do consumidor, em particular a DECO, bem como a Autoridade de Segurança Alimentar, mais conhecida por ASAE têm-se destacado na forma como, em acções, algumas com forte cobertura mediática, procuram combater a contrafacção em diversas áreas, sempre no supremo interesse da “defesa do consumidor”. Assumindo, como qualquer de nós, esta condição de consumidor, não posso estar mais de acordo com esta atitude, embora possa discutir a mediatização e aparato de que se revestem muitas das acções desenvolvidas, apesar de, reconheça-se, ter aumentado a discrição.
Considerando fundamental este objectivo, “defesa do consumidor”, solicito quer à ASAE quer à DECO e outras congéneres que se debrucem sobre a óbvia presença de produtos de contrafacção na nossa vida política o que, obviamente, compromete a sua qualidade. Assim, espero que elementos da classe política, de diferentes quadrantes, que são obviamente produtos contrafeitos e de uma falta de qualidade ameaçadora, sejam detectados e recolhidos pela ASAE para que os eleitores, quando procuram “adquirir”, através do voto, representantes de qualidade certificada e de boas marcas, não tomem gato por lebre. Mesmo que sejam licenciados em Ciência Política e Relações Internacionais e tentem parecer políticos a sério. Não que sejam sérios, evidentemente.

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