No DN surge em 1ª página,
"FMI propõe apoiar mães que voltem mais cedo ao trabalho" o que não
me surpreendendo merece algumas notas.
O FMI pretende que mais mulheres
estejam a trabalhar mais tempo, não percam horas de trabalho com essa coisa
estúpida e desnecessária de cuidar dos filhos uns meses depois do nascimento.
Nesse sentido entende que em vez de apoio às famílias se atribuam apoios às mães
trabalhadoras.
Acontece que, não acredito que os
burocratas do FMI não saibam, que Portugal já é o país onde as mulheres com
filhos mais trabalham, a tempo inteiro, além de que é também o país em que existem mais
casais empregados e com filhos.
Os burocratas do FMI insistem no
mais trabalho quando, certamente, também sabem, que os países mais ricos, com
menos desemprego são justamente os que têm menor rácio de horas de trabalho, é
caso de Alemanha e Holanda. Paralelamente, nos países mais desenvolvidos e com menos
desemprego também se assiste ao aumento do trabalho parcial.
Esta política de insistência na
ideia de que trabalhamos pouco, os preguiçosos do Sul, um dos alvos da Senhora
Merkel, é inadmissível e sugere um caminho contrário aos países mais
desenvolvidos.
Por outro lado, como se sabe, em
toda a Europa mas em particular entre nós, os nascimentos estão em níveis
perigosamente baixos sendo que o índice de fertilidade nas mulheres portuguesas
nos últimos anos não é suficiente para assegurar a renovação das gerações.
É fundamental para o nosso
desenvolvimento e futuro a definição de políticas de família que incentivem a
natalidade e não o caminho inverso agora proposto por burocratas ignorantes que
propõem medidas que os seus países não subscrevem, mas que para os pobres devem
ser boas, trabalhar, trabalhar, como se trabalhar mais fosse igual a trabalhar
melhor.
Estou à espera do dia em que os
burocratas iluminados do FMI sugiram o retorno legal do trabalho infantil. O
problema é que nessa altura teremos ainda menos miúdos para trabalhar.
2 comentários:
É impressionante! É tudo ao contrário da mínima decência. Só espero que haja uma enorme revolução por cá e nos outros países vítimas destes monstros.
A revolução é inevitável, acho. Não é possível regressarmos à Idade Média. Este mundo ao contrário tem forçosamente de acabar. Mau é que muitos sofrerão muito pelo caminho.
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