quinta-feira, 1 de novembro de 2012

FRANKENSTORM

Ao ver algumas imagens da devastadora passagem do furacão Sandy, a quem também chamaram Frankenstorm, nos Estados Unidos não pude deixar de pensar nos efeito devastadores da nossa Frankenstorm caseira que, para manter o hábito de atribuir nomes femininos às tempestades, se chama furacão Crise.
De há muito que não éramos assolados por uma tempestade tão violenta, ameaçadora e longa na sua duração e nos efeitos que provoca. São milhões de pessoas afectadas das mais variadas formas.
Perdem bens, perdem trabalho, perdem saúde, perdem dignidade, perdem afectos, perdem vida.
Alguns perdem-se a si também.
O mais revoltante e inquietante é que a tempestade Crise que nos assola não é consequência da instabilidade e dos fenómenos naturais como a tempestade Sandy.
A nossa Frankenstorm que, aliás, não é só nossa, é sobretudo consequência das decisões dos homens, do despudor, da delinquência e da ganância que endeusaram uma entidade mítica a que chamam mercados, e que sem alma nem ética geraram o furacão das nossas vidas.
Malditos sejam.

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