Há uns tempos atrás numa roda de
gente com filhos mais novos, o diálogo encaminhou-se para a situação que se
aproxima para alguns miúdos cujos pais habitavam a conversa, a entrada na
escola.
Vários dos pais expressaram o seu
receio por esse passo, entrar na escola, afirmando alguma inquietação sobre a
forma como tudo irá decorrer. Uma mãe
dizia com ar apreensivo que o Miguel anda tão feliz no Jardim de Infância que
teme que a entrada na escola lhe "roube" (digo eu) a felicidade. A
conversa estendeu-se e encolheu-se em torno destas dúvidas e das certezas
nenhumas e deixou-me a pensar.
Que escola andamos todos a criar
que assusta os pais e, portanto, acabará
por assustar os miúdos? Terá de ser assim? É a escola que inquieta ou é o
futuro que inquieta sendo que a escola é apenas uma parte desse futuro?
Os miúdos terão de sofrer a
escola ou gozar a escola em momentos bons e, também, em momentos menos bons que
inevitavelmente irão conhecer?
Creio que é muito importante que nós,
pais e ou professores, assumamos uma atitude e um discurso que, sem perder o
realismo, contenham optimismo e, sobretudo, expressem confiança nos miúdos e
nas suas capacidades e competências para lidar com a narrativa que os espera, onde
se inclui como não pode deixar de ser um longo tempo na escola. Diria que este discurso
e atitude realistas constituirão uma espécie de responsabilidade ética perante
os miúdos e o seu futuro.
Pais e professores confiantes nos
miúdos e em si constituem uma boa base na qual os miúdos se apoiam e se sentem
apoiados para que eles próprios se sintam com confiança para subir os degraus
da escada que vai crescendo e construírem, com autonomia, um caminho que os
leve, por exemplo, a ser pais confiantes de outros miúdos com confiança que por
sua vez ...
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