quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O DESILUSIONISTA

Era uma vez um homem que achou que poderia ter um ofício que ninguém ele conhecesse tinha e que, portanto, seria muito bem sucedido por falta de concorrência.
Desde miúdo que reparava como nos espectáculos de ilusionismo e magia, com diferentes efeitos e circunstâncias, as pessoas ficavam intrigadas como os truques, as magias e as ilusões que os profissionais faziam. Na verdade, alguns desses feitos são mesmo espectaculares e deixam toda a gente de boca aberta sem perceber como é que aquilo se realiza.
De tanto observar e ver como as pessoas ficavam fascinadas por aquelas cenas, resolveu estudar, aprender, tudo o que podia e conseguiu encontrar sobre a forma de fazer aquelas extraordinárias ilusões, truques e magias.
Quando se sentiu preparado, montou o seu próprio espectáculo que consistia em mostrar às pessoas como se realizavam os diferentes truques, ilusões e magias a que assistiam nas apresentações dos mais conhecidos artistas, ou seja fazia truques, criava ilusões e magias e em seguida explicava como se conseguia tal efeito. Tornou-se, por assim dizer, um desilusionista.
Contrariamente ao que esperava o Homem, as pessoas reagiram muito mal, assobiaram, contestaram e queriam que ele interrompesse o seu trabalho. Ao fim de várias tentativas, em que aconteceu sempre esta inesperada reacção de toda a gente, o Homem desistiu de mostrar às pessoas como se fazem os truques, como se criam as ilusões, como se fazem as magias que as deixam intrigadíssimas e sem explicações.
O homem percebeu finalmente como as pessoas gostam de truques, ilusões e magias e acabou por ali mesmo o seu sonho de fazer uma carreira política diferente.

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