quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PARA DAR BOAS RESPOSTAS É PRECISO FAZER BOAS PERGUNTAS

No mundo da educação, mas não só, sempre me causa alguma perplexidade a forma como alguns especialistas conseguem com a maior das facilidades produzir "diagnósticos" ou um conjunto de orientações sobre a forma de actuar, a partir de uma referência por vezes telegráfica e pouco objectivada a uma dificuldade de uma criança ou adolescente em qualquer área do seu funcionamento. É certo que são muito frequentes "queixas" de professores, educadores ou pais expressas em enunciados como, "tem dificuldades na leitura", "está sempre distraído", "é muito irrequieto", "responde de forma agressiva", etc. mas parece-me imprescindível resistir à tentação, demasiado frequente, de logo providenciar um "diagnóstico" e, ou uma "receita", "experimente fazer ...".
Qualquer dificuldade percebida, real ou representada, está "embrulhada" num conjunto de vasto de variáveis de natureza individual, história de vida, capacidades, competências, estilo de funcionamento, motivações, por exemplo ou de natureza contextual, as circunstâncias, as tarefas, os métodos e comportamentos de professores ou pais, entre outras.
Assim sendo, para compreender eventuais dificuldades, percebidas ou reais, de um qualquer aluno, mais pequeno ou mais crescido, importa fazer alguns perguntas, boas perguntas, às variáveis de que falei para, só então, poder compreender com alguma segurança a existência, ou não, de reais dificuldades, a sua natureza e eventuais causas ou justificações.
Creio que só realização de boas perguntas nos ajudarão a pensar em boas respostas. Às vezes nem se torna necessário elaborar perguntas muito sofisticadas, quando? o quê? porquê? como? sempre? ... podem ser uma maneira de começar.
Como a experiência nos vai mostrando, querer dar respostas sem fazer perguntas ... só por acaso é que se acerta, sendo que este universo das dificuldades colocadas pelos miúdos, sejam elas reais ou percebidas como tal, é demasiado importante para ser deixado ao acaso.

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