Cumpre-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, um dia em que se pensa Portugal.
Talvez possamos pensar Portugal e o seu futuro a partir de duas áreas
críticas, a Educação e a Cultura.
Comecemos pela Educação e pensar os tempos que a Educação, a
Escola, vivem e na forma como estamos a gerir o presente e futuro da nossa
maior ferramenta de desenvolvimento, a escola pública, não esquecendo e também,
naturalmente, o ensino privado.
Recordando a Constituição que alguns parecem querer rever
vale a pena sublinhar:
(…)
Artigo 73.º
Educação, cultura e ciência
1. Todos têm direito à educação e à cultura.
2. O Estado promove a democratização da educação e as
demais condições para que a educação, realizada através da escola e de outros
meios formativos, contribua para a igualdade de oportunidades, a superação das
desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da
personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de
solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a
participação democrática na vida colectiva.
(…)
Artigo 74.º
Ensino
1. Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à
igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.
2. Na realização da política de ensino incumbe ao Estado:
a) Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e
gratuito;
b) Criar um sistema público e desenvolver o sistema geral
de educação pré-escolar;
(…)
É “apenas” isto que está em causa nos dias de hoje, defender
a existência de uma escola pública de qualidade que cubra as necessidades de
toda a população.
Só a educação e a rede pública de qualidade podem promover
equidade e igualdade de oportunidades.
Só a educação e a rede pública de qualidade podem ser
verdadeiramente inclusivas e receber todos os alunos.
Só a educação e rede pública pode chegar a todos os
territórios educativos e a todas as comunidades.
Só a educação e rede pública de qualidade promovem
mobilidade social em circunstâncias de equidade no acesso.
Para que possam cumprir a Constituição a educação e a rede
pública precisam de recursos materiais e recursos humanos valorizados e
competentes.
Os custos da educação e rede pública de qualidade não são
despesa, são investimento.
A políticas públicas de educação têm em cada momento
histórico a suprema responsabilidade de garantir que assim seja.
É isso que hoje se exige. Em defesa da Educação e da Escola
Pública. Em nome dos nossos filhos, dos filhos dos nossos filhos ...
No que respeita à Cultura creio que vale a pena atentar no
texto de António Carlos Cortez no DN, “Um Governo sem cultura ou a ascensão da mediocridade”, que começa assim:
“É triste que em Portugal a cultura seja sempre
desprezada, minimizada, olhada de soslaio, posta no canto das grandes decisões
políticas. Não admira. Para quantos - do cinema ao teatro, das artes
performativas à literatura, dos museus às associações culturais, da música (a
de qualidade e não a música de contrafacção cultural) à dança - vivem numa
autêntica sobrevivência existencial, a inexistência de um Ministério da Cultura
apenas vem confirmar a lógica de mediocridade que este Governo irá implementar
nas mais diversas áreas e sectores. (…)
A Educação e a Cultura são, na verdade, a base e o sustento
para o desenvolvimento e a forma de cumprir Portugal.
1 comentário:
A cultura é para ser atacada, como aconteceu no teatro com a Céu Guerra.
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