Dia estranho o de hoje aqui neste canto do Alentejo. Um dia quente, muito quente, de abafura como por aqui se fala, céu carregado de nuvens, a trovada a ouvir-se ao longe. Ainda caíram por pouco tempo umas pingas grossas que libertaram o perfume inconfundível que a terra nos oferece quando depois um tempo de secura recebe água vinda lá do céu.
Regressei à tarefa de hoje, juntar
num moitão a palha que ficou no pasto depois da passagem da enfardadeira. No
fim do Inverno teremos um composto que enriquecerá a terra da horta.
Também está bonito o Alentejo com as cores que o Verão traz. Não adianta pintá-lo de verde com as culturas superintensivas de olival ou amendoal que irresponsavelmente e criminosamente vão aumentando, a terra por baixo vai morrendo e a seguir irá morrer por cima.
Se não atalharmos caminho, ainda
estamos a tempo assim queiram os homens, vamos ficar com o deserto, com uma
terra nua por cada vez mais tempo. E nessa altura que terão os nossos netos?
Desculpem lá o desabafo pouco
optimista, se calhar foi por causa do calor, mas … o Alentejo é sempre lindo,
também com o amarelo e castanho do tempo do calor.
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