Segundo dados da rede Eurydice, Portugal foi o país da Europa que na última década mais viu progredir a percentagem de licenciados em Ciências, Matemática e Tecnologia, uma das oito áreas-chave do conhecimento identificadas como essenciais.
Qualquer indicador que evidencie aumento do nível de qualificação é uma boa notícia. Torna-se, no entanto, importante sublinhar que a nossa base de partida é baixa o que ajuda a compreender o nível de progresso e que é fundamental não esquecer, não somos um "país de doutores" como muita opinião pública e publicada pretende fazer crer, alimentando a ideia de que a qualificação não compensa, um discurso que representa um verdadeiro tiro no pé, pois todos os relatórios continuam a mostrar que Portugal é justamente um dos países em que a qualificação superior tem mais impacto no acesso ao mercado de trabalho, na qualidade do emprego e no estatuto salarial, apesar dos enviesamentos conhecidos na oferta formativa e dos actuais níveis de desemprego de jovens qualificados.
A nossa questão estrutural não não é qualificação a mais, é desenvolvimento a menos, de uma vez por todas.
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