Segundo a imprensa de hoje, o MEC confirmou a intenção de prosseguir durante este ano lectivo o reordenamento da rede escolar, o que no léxico ministerial quer dizer fusão de escolas.
Nos últimos dias foi divulgado um parecer do Conselho Nacional de Educação sobre as disfuncionalidades que o gigantismo de alguns agrupamentos e escolas provoca no âmbito da autonomia da escola, centralizando decisões e diminuindo a eficácia pela dispersão de procedimentos e distância face aos problemas.
Os directores de escola e agrupamentos têm também alertado sucessivamente para o impacto negativo que este modelo tem no funcionamento das escolas, na gestão eficaz dos problemas diários, no clima da escola, na definição de culturas de cooperação e proximidade com os problemas dos alunos, dos professores e das famílias,
É também reconhecido que alguns sistemas educativos, Inglaterra e Estados Unidos por exemplo, que optaram por uma excessiva concentração de alunos e professores, fazem agora um recuo no número de alunos por escola e nos modelos de gestão porque se verificou, justamente, a menor qualidade dos processos e dos resultados com a opção por escolas e agrupamentos muito grandes.
Era importante promover a avaliação do que tem sido feito e dos seus resultados, já temos tempo de experiência suficiente e o documento do CNE é prova disso mesmo, para, antes de continuar e aprofundar este caminho, decidir sobre o seu ajustamento.
A questão é que o objectivo central das políticas educativas em curso nem sempre parece ter como eixo fundamental a qualidade, embora seja essa retórica sempre presente nos discursos.
Talvez fosse de recordar ao Ministro Nuno Crato, ao Governo e mesmo aos burocratas que na verdade nos governam, a velha afirmação de que um euro investido em educação é um euro investido em desenvolvimento. O que me parece curioso é que nos países de onde emerge a maioria destes brurocratas eles sabem isso e evitam os erros, mas para nós cortar, cortar e empobrecer é uma boa receita.
Sem comentários:
Enviar um comentário