Uma moda muito conhecida do Meu
Alentejo reza assim, "Vou-me embora, vou partir ... eu hei-de ir, hei-de
voltar, com o tempo".
Lembrei-me desta moda ao ler que foram
inauguradas instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto
Politécnico de Beja que o próprio Presidente da Instituição considera
destinadas ao subaproveitamento por escassez de alunos e um desperdício dada a
sua dimensão e equipamento.
Estabelece-se um paralelo com a
situação do aeroporto de Beja que após os vultosos investimentos continuam sem
tráfego que os justifiquem e constitui-se em mais uma pesada estrutura que
consumiu montantes significativos na sua modernização e consumirá ainda mais na
sua manutenção sem rentabilidade.
Também podemos referir a situação
da utilização do Alqueva que continua sem conseguir potenciar os investimentos
e as oportunidades anunciadas que sustentaram a construção da Barragem.
São apenas três retratos, por coincidência
todos situados numa das regiões mais pobres do país mas, desculpem lá amigos
meus, a mais bonita de todas, que exemplificam modelos de gestão, definição de
prioridades e falta de acerto nas escolhas que conduzem a enormes desperdícios,
a recursos existentes e não aproveitados, sendo que na situação difícil que
atravessamos tudo isto assume especial significado pois, seguramente, foi
também por este tipo de decisões que estamos como estamos.
O que embaraça é que ninguém é
responsabilizado pelo que quer que seja. No entanto, sabemos todos quem paga a
factura do desvario e da incompetência.
No caso do Meu Alentejo, por
estas e outras situações, vai sendo cada vez mais difícil cumprir o que moda
diz, as pessoas partem e já não voltam, com o tempo.
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