sábado, 17 de novembro de 2012

O MAL E A CARAMUNHA

O Presidente da Comissão Europeia, o carismático e poderoso Dr. Durão Barroso, aparece hoje na imprensa a criticar os Governos europeus que não parecem disponíveis para apoiar políticas sociais e de combate à pobreza. Obviamente que não refere quais são esses insensíveis Governos, eles podem não gostar e zangam-se. Como sabem, os Governos, alguns mais do que outros está bom de ver, são como os mercados, são muito susceptíveis ficando nervosos e zangados à mínima agitação. Assim, o Dr. Barroso que precisa dos Governos, dos "tais" Governos, para se manter lá no alto da inofensiva presidência da Comissão, faz um discurso que expressa as suas enormes preocupações com os descamisados mas, simultaneamente e até porque não pode mais do que isso, convida os “tais” Governos a reflectir o que eles, naturalmente, farão, estão a reflectir nos seus interesses e, por exemplo, ajudam, “generosa e desinteressadamente” os países em mais dificuldades.
A vida de muita gente é um exercício de sobrevivência diário de que se não vislumbra alteração significativa, antes pelo contrário.
Quanto mais não fosse por respeito ou até mesmo por questões ambientais, muitos destes “líderes”, também caseiros, poderiam poupar-nos a estes exercícios hipócritas de preocupação e afirmação de rumos que, sabem muito bem, não são, nem vão ser os rumos dos directórios políticos, económicos e sociais.
Como o povo costuma dizer, fazem o mal e a caramunha. Estamos pobres mas não somos parvos. Ou será que somos?

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