O Presidente da Comissão Europeia, o carismático e poderoso
Dr. Durão Barroso, aparece hoje na imprensa a criticar os Governos europeus que
não parecem disponíveis para apoiar políticas sociais e de combate à pobreza.
Obviamente que não refere quais são esses insensíveis Governos, eles podem não
gostar e zangam-se. Como sabem, os Governos, alguns mais do que outros está bom
de ver, são como os mercados, são muito susceptíveis ficando nervosos e
zangados à mínima agitação. Assim, o Dr. Barroso que precisa dos Governos, dos
"tais" Governos, para se manter lá no alto da inofensiva presidência da Comissão, faz
um discurso que expressa as suas enormes preocupações com os descamisados mas,
simultaneamente e até porque não pode mais do que isso, convida os “tais”
Governos a reflectir o que eles, naturalmente, farão, estão a reflectir nos seus
interesses e, por exemplo, ajudam, “generosa e desinteressadamente” os países
em mais dificuldades.
A vida de muita gente é um exercício de sobrevivência diário
de que se não vislumbra alteração significativa, antes pelo contrário.
Quanto mais não fosse por respeito ou até mesmo por questões
ambientais, muitos destes “líderes”, também caseiros, poderiam poupar-nos a estes exercícios
hipócritas de preocupação e afirmação de rumos que, sabem muito bem, não são,
nem vão ser os rumos dos directórios políticos, económicos e sociais.
Como o povo costuma dizer, fazem o mal e a caramunha.
Estamos pobres mas não somos parvos. Ou será que somos?
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