Passos Coelho numa viagem à
Madeira para participar no Congresso do PSD - Madeira, organizado democraticamente
em modo Alberto João, afirmou que lida bem com a impopularidade, criticou toda
a gente que entende que o caminho da austeridade excessiva, cega e insensível
está a provocar níveis insustentáveis de recessão e pobreza e afirma acreditar
na inteligência dos portugueses, o melhor povo do mundo, na generosa apreciação
do Ministro das Finanças Vítor Gaspar.
A persistência e definição de um
rumo são ingredientes fundamentais em todas as áreas da nossa vida. Mas a
lucidez, a flexibilidade e a capacidade de ajustar decisões em cada momento de
acordo com circunstâncias ou variáveis que influenciam os contextos de
aplicação dessas decisões, são também componentes essenciais nos processos de liderança
e de tomada de decisão, imprescindíveis ao ajustamento e eficácia dessas
decisões.
Quando boa parte da sociedade
portuguesa, mesmo fora dos discursos partidários oficiais que são naturalmente contaminados pelas
respectivas agendas (aliás, mesmo dentro do PSD são muitas as figuras que
discordam das opções), lembremo-nos por exemplo das posições e discursos de muitíssimos
representantes da igreja, as intervenções frequentes e altamente preocupadas
por múltiplos responsáveis por instituições de solidariedade social, as
manifestações de muitos milhares de pessoas desenquadradas da mobilização
partidária, etc., expressa a maior das preocupações com os efeitos devastadores
que este caminho de austeridade insensível e insensata estão a provocar, o
Primeiro-ministro veio a público fazer mais uma profissão de fé,
fundamentalista, na bondade dos seus pontos de vista e na inamovível decisão de
os manter.
Parece também de recordar que em
termos internacionais muitos analistas e instituições alertam para os efeitos negativos
da políticas de austeridade sobretudo nos países mais pobres.
Esta atitude de fuga para frente,
assente num quase infantil "não tenho medo de nada nem de ninguém",
não é sinónimo de persistência e visão, representa mais simplesmente falta de
capacidade política, a gestão do bem comum adequada às circunstâncias.
Sem comentários:
Enviar um comentário