No meio da tragédia em que a nossa
vida se transformou precisamos desesperadamente de encontrar algo de positivo
que possa, apesar das dificuldades, promover um segundo de melhor viver.
A imprensa refere hoje a divulgação
do Relatório da UNICE, "Committing
to child survival: a promise renewed" (“Compromisso com a sobrevivência
infantil: uma promessa renovada”) onde poderemos saber que Portugal se situa
entre os dez países do mundo com menor mortalidade infantil, até aos cinco anos.
Na verdade, entre 1990 e 2011 passámos de uns negativos 15 óbitos por 1000
crianças para uns bem mais positivos 3,4. Este abaixamento foi conseguido sobretudo
através de uma fortíssima melhoria de 7 para 2 óbitos em recém-nascidos, um
período extraordinariamente crítico.
Estes números que merecem registo,
criam-nos a todos uma enorme responsabilidade.
Em primeiro lugar obriga-nos a
assegurar um futuro positivo a todos estes sobreviventes.
Em segundo lugar e de forma mais
particular, considerar que entre as dimensões mais contributivas para esta
melhoria se destacam as condições e qualidade de vida, a qualidade e
acessibilidade dos serviços de saúde e a educação.
E pronto, não queria falar da
crise mas tem que ser. A tragédia que se abate sobre muitas famílias, os cortes
no SNS e na educação não são propriamente um bom augúrio para esse futuro de
que falava e para a manutenção da trajectória positiva que temos vindo a
percorrer no sentido de proteger melhor os mais novos à chegada ao mundo, no
seu cuidado e no seu futuro.
Não há como fugir a esta enorme
responsabilidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário