O Professor Freitas do Amaral defendeu
ontem uma maior justiça fiscal penalizando através dos impostos os rendimentos
mais altos. Parece algo de bom senso e justo, que espanta não ter sido lembrado
e defendido publicamente pelo Professor Freitas do Amaral nos tempos em que foi
ocupando cargos e funções de relevo político. Trata-se, aliás, de um fenómeno
habitual entre nós, "quando por lá andei não fiz, mas o que deve ser feito
é isto".
O eventual aumento de impostos
tem estado na agenda no quadro da avaliação que a troika realiza à feitoria
portuguesa que bem tem sido gerida pelos feitores em exercício.
Os partidos da oposição, bem como
o CDS-PP fazem saber a sua posição contra novo aumento da carga fiscal que já
tem valores absolutamente esmagadores e é reconhecidamente injusta.
O Primeiro-ministro afirmou que
não sendo intenção do Governo subir os impostos, também não está em condições
de garantir que tal não aconteça.
A questão é que em mais um
exemplo do discurso político habitual entre nós, manhoso e pouco transparente,
o aumento de impostos está decidido através da proposta de alteração dos
escalões de IRS.
Com a justificação de uma
necessária simplificação fiscal, o Governo já anunciou uma proposta de revisão dos
escalões do IRS. Segundo a imprensa de hoje, vários especialistas
em fiscalidade consideram que esta proposta implicará a subida de escalão para
cerca de dois milhões de contribuintes o que, inevitavelmente, significará
aumento de impostos.
Para não variar, os custos de
financiamento da crise afectam sempre os mesmos, uma classe média em implosão,
esmagada por uma fiscalidade injusta, ameaçada pelo desemprego e em
desesperança face ao futuro.
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