Segundo dados do Barómetro
Europeu do Observador Cetelem hoje conhecidos, 64% dos portugueses inquiridos
expressavam, no final de 2011, que a sua maior preocupação era o futuro dos
filhos e a disponibilidade para sustentar a sua educação.
Apenas os romenos exprimem maior
preocupação e a média nos doze países considerados é de 55%, mas os portugueses são os que afirmam
fazer mais sacrifícios pessoais para não minimizar o apoio aos filhos, 81 %
assumem-no, sendo que a média é de 70%.
Se bem se recordam, ontem a
imprensa relatava o significativo abaixamento da natalidade em Portugal
salientando que nos primeiros meses deste ano tinham nascido bem menos crianças
que em igual período de 2011, que já tinha sido o ano com menor número de
crianças nascidas.
Estes dados, mais uns, mostram
algo de extremamente preocupante, falta de confiança no futuro e a
desesperança.
A falta de confiança que promova
nascimentos e o receio de não conseguir proporcionar aos filhos um projecto de
vida positivo, viável, com potencial de realização, é um indicador muito
significativo do clima que se instalou em nós pesar de nos sentirmos mais ou menos
resignados, mais ou menos indignados, dependendo das perspectivas.
Do meu ponto de vista, é
fortemente revelador o deslizar das preocupações dos portugueses para o futuro
dos filhos e a sua dificuldade em ajudá-los, ou seja, não se questiona o que
vai ser o nosso futuro, mas como vamos nós assegurar o seu futuro, a gente lá
vamos vivendo.
O título deste texto ficou-me de uma mãe que no meio de uma vida miserável, sem parança e sem esperança, fazia milagres no dia a dia com três crianças com deficiência e afirmava convicta, "a gente pelos filhos faz tudo, não é senhor?". É D. Maria, fazemos tudo pelos nossos filhos.
Temos cada vez menos filhos e temos como maior preocupação assegurar o seu caminho. O que fazer como o nosso presente e com o nosso futuro para que o deles não seja ameaçado?
Temos cada vez menos filhos e temos como maior preocupação assegurar o seu caminho. O que fazer como o nosso presente e com o nosso futuro para que o deles não seja ameaçado?
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