A notícia do Público sobre
exemplos em como o design pode ter um efeito negativo, motivando recuos ou o
abandono das ideias ou produtos que procura veicular, remeteu-me para a actual situação
política.
Na verdade, os designers da
estratégia do Primeiro-ministro sobre as novas medidas de austeridade assumiram
opções verdadeiramente desastrosas, designadamente no design e apresentação desse
novo produto chamado "Mexida na TSU".
Em primeiro lugar e desde logo,
porque estava em causa a divulgação de um mau produto que ninguém parece
interessado em comprar. É verdade que a publicidade procura muitas vezes criar
a necessidade levando-nos ao consumo de bens ou serviços de que em bom rigor
não precisamos, mas que a mensagem publicitária, o marketing ou design tornam
"imprescindíveis", levando-nos à sua aquisição.
Depois, porque a mensagem do
Primeiro-ministro, para além do conteúdo, foi do ponto de vista formal e de oportunidade
absolutamente bizarra. Lembram-se certamente que foi a um final de semana e uns
minutos antes do jogo de futebol da selecção e realizada num tom tenso,
crispado e fugidio.
Logo em seguida, numa espécie de
fuga para a frente, surge uma inenarrável mensagem no Facebook do pai e cidadão
Passos Coelho sobre a comunicação ao país do Primeiro-ministro Passos Coelho,
numa manifestação absolutamente patética do que não deve ser a liderança, a comunicação e a
convicção em matéria de política.
O processo continuou com o
crescente coro de recusa e protesto generalizado dos consumidores face ao
produto divulgado que culmina com enormes manifestações de rua.
Contrariamente ao que a notícia do
Público refere em casos de falha no design, o vendedor Passos Coelho insiste no
mesmo produto, afirma que a opinião dos consumidores não é importante e que
dorme de forma muito tranquila.
Na verdade, o lançamento deste
produto, a "Mexida a TSU", de execrável qualidade foi, ele próprio,
um verdadeiro desastre.
Sem comentários:
Enviar um comentário