Este fim-de-semana está, naturalmente, marcado pela realização
da manifestação promovida pela CGTP que se antecipa participada, considerando a
adesão aos protestos do dia 15 de Setembro.
Para além das razões óbvias que sustentam a contestação às
políticas de austeridade cega, assimétrica por porque é desigual e injusta e
que, contrariamente, ao que o Governo afirma, não são a ÚNICA alternativa, hoje
surgem na imprensa dois excelentes exemplos do que também deve ser contestado, agora,
ontem e sempre, o despudor e a arrogância
que insulta os portugueses.
O Ministro Miguel Relvas consegue, em público, referir-se ao
problema que pode constituir a falta de confiança dos europeus nas lideranças
políticas. De facto, ainda me consigo surpreender, um homem com o trajecto
cheio de habilidades, sem currículo decente em termos profissionais, uma
ascensão à custa do amiguismo e do aparelho partidário, envolvido em esquemas
que são um lodaçal, lembrando ainda a forma como adquiriu um título académico
que ofende quem estuda, consegue ainda assumir o despudor de apelar à confiança
nas lideranças políticas. Nem humor chega ser e se o fosse, seria de profundo
mau gosto.
A segunda nota para o super-ministro sombra António Borges,
que além das sucessivas declarações insultuosas sobre, por exemplo, o salário
dos portugueses, consegue ofender toda a gente que não concorda com a genial
mexida na TSU da forma pretendida pelo Governo. Disse António Borges que os
empresários que contestaram a medida são uns ignorantes. Não ouvi que se tenha
referido às razões pelas quais os trabalhadores se opuseram, mas presumo que o
Dr. Borges entenda que a escumalha que trabalha e que o sustenta não tem mesmo capacidade
para entender a inteligentíssima medida que nos tornaria a nós mais pobres e
aos mercados, a ele mais rico. Estranhamente, para além do Governo, poucas
vozes para além do abutre António Borges se ouviram na dfesa da proposta.
É também por razões e comportamentos deste tipo que as
pessoas, que não são estúpidas e sabem que, apesar de entender um esforço de
contenção e sacrifício, não podem aceitar sem um sobressalto limites já
ultrapassados e discursos ofensivos pela insensibilidade, o despudor e a
arrogância.
É uma questão de dignidade, um bem sem preço.
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