Não, não é confusão, vou tentar
explicar, mas antes, uma pequena nota introdutória.
Há uns anos instalou-se no nosso
sistema educativo a definição dos chamados Territórios Educativos de
Intervenção Prioritária que remete para contextos escolares marcados por
dificuldades de natureza variada que comprometem o sucesso e o bem-estar
educativo dos alunos e justificavam, continuam a justificar, dispositivos de
apoio e recursos acrescidos.
Desde essa altura tenho afirmado
regularmente, para surpresa de alguns ouvintes, que do meu ponto de vista, o
país educativo é todo ele um conjunto de TEIPs, ou seja, alguns são os
Territórios Educativos de Intervenção Prioritária e os outros, a imensa
maioria, são Territórios Educativos com a Intervenção Possível. Este ano, creio
que a situação se agudizará, ou seja, o Possível, parece-me um pouco menos
Possível, mas gostava de me enganar.
Agora a variação do título. Neste
início de ano e considerando um contexto mais particular e delimitado, a sala
de aula, vamos assistir durante as primeiras semanas à tentativa de definição dos
Territórios Educativos de Intervenção Pessoal.
O Professor terá necessariamente
de definir o seu território, espaço, relação, regras, limites, tarefas, rotinas,
etc., no fundo, tudo o que a função lhe solicita para que seja operada de forma
positiva, tranquila e tão bem sucedida quanto possível. Os miúdos,
independentemente da idade, mas sobretudo a partir do 2º ciclo estarão bastante
atentos a esta definição do TEIP do Professor e ajustarão, em princípio, o seu
comportamento e processo de trabalho a essa definição.
Por outro lado, muitos alunos,
durante o mesmo período, vão também tentar proceder à definição do seu
Território de Intervenção Pessoal. Desafiarão colegas e professores para que a
partir do confronto definam o seu território que poderá ser mais largo, mais
estreito ou coabitável, em função do que vá resultando deste confronto ou
conflito que procurarão desencadear.
Neste processo difícil e que por
vezes assume contornos graves, é fundamental que se definam territórios
coabitáveis mas, e aqui reside a grande dificuldade, que cada um se sinta
responsável quer pelo seu território quer por manter a sua coabitação bem
sucedida.
É um dos maiores desafios que se
colocam em cada ano escolar que começa.
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