Imagino que estar em directo, na televisão, durante mais de uma hora e meia a comentar um jogo de futebol não seja tarefa fácil. Mesmo para um apaixonado adepto como eu, a coisa pode ficar pesada.
Nem sempre o jogo se presta a grandes elaborações ou a competência dos comentadores permite grandes enunciados, embora alguns se esforcem por utilizar uma linguagem cifrada, o futebolês, apenas ao alcance dos entendidos e muito entendidos. Pululam agora as referências à pressão alta, às transições rápidas, às célebres bolas paradas, às linhas subidas ou juntas, a leitura de jogo, aos momentos do jogo, ao passe a rasgar, à contemporização do passe, ao "6" que devia estar a "10", à cultura táctica, etc. etc. sejam altamente estimulantes. Existe até um rapaz, creio que Freitas Lobo de sua graça, que frequentemente refere a necessidade de mudar o "chip" o que, disparatadamente, os jogadores ou as equipas parecem não fazer e, diz o comentador, jogam de "chip" trocado o que, pelos vistos, não será de todo recomendável.
Serve esta introdução para partilhar convosco um comentário que ontem ouvi de alguém que reportava o Académica-Sporting que eu desatentamente acompanhava enquanto colocava em dia a leitura da imprensa. Eu sei que comentar os jogos do Sporting esta época será um trabalho penoso, até um benfiquista como eu já se sente embaraçado, juro, e por isso talvez seja ainda mais difícil estar permanentemente a produzir comentários.
Provavelmente por estas razões, o comentador resolveu dar-nos alguma informação sobre o que se passava nos bancos de suplentes das equipas e assim informou oportunamente que Jesualdo Ferreira "tem passado a maior parte do tempo sentado ou em pé". Esta análise despertou-me da leitura do Expresso. Só mesmo um homem com a experiência de Jesualdo Ferreira será capaz de durante a maior parte do tempo em que está num jogo a decorrer, estar sentado ou em pé. Com toda a certeza, treinadores de outra idade ou competência deitam-se no banco ou passam os jogos, sabe-lá como, mas Jesualdado Ferreira, com toda a sua experiência e sabedoria, passa maior parte do tempo, de pé ou sentado.
Muito bem observado. Será por isso que os resultados do Sporting teimam em não melhorar?
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