sexta-feira, 29 de março de 2013

RELVICES, UMA NOVELA HARDCORE

A novela pantanosa e “hardcore” do relvismo continua com mais um passo. O relatório da Universidade Lusófona sobre a licenciatura do "Dr." Relvas encontra-se no Ministério desde 18 de Janeiro. É certo que dois meses e meio é muito pouco tempo para o Ministro tomar alguma decisão ou tornar público o resultado, ainda assim esperado. Gostava de me enganar, seria um sinal de mudança, mas presumo que se concluirá que, apesar de algumas "desconformidades", tudo foi feito dentro do quadro legal existente. O MEC aproveitará para definir algumas alterações ou orientações para minimizar o risco de novas relvices e o "Dr." Relvas continuará dizer que não lhe pesa nada na consciência. Obviamente, o vácuo não tem peso.
Nesta novela "hardcore" da licenciatura de Miguel Relvas na Universidade Lusófona tem-se verificado, citando uma expressão popular, "cada cavadela, cada minhoca", ou seja, cada facto que se conheceu era mais despudorado, mais ambíguo, mais desrespeitador de regras éticas e de rigor e qualidade científica que se esperam ver cumpridas.
É difícil, apesar de estarmos em Portugal, compreender e aceitar a nauseabunda exibição do Relvismo, uma corrente que consegue levar o despudor, a arrogância e a delinquência ética a patamares de excelência que julgávamos já terem sido ter atingido por outras correntes do pensamento e comportamento políticos mas recentes ou mais antigos.
Lamento todo este episódio que minou e mina a credibilidade do ensino superior privado e faz duvidar de um princípio que, por si é aceitável, o reconhecimento pela academia de que existem saberes e competências que podem ser adquiridas fora da universidade, mas trabalhando mesmo e fazendo prova desses saberes e competências. Fico triste com esta situação mas não surpreendido.
O Professor Alberto Amaral, presidente da Agência de Avaliação e Acreditação para o ensino superior, expressou publicamente uma fortíssima posição crítica, sublinhando a estranheza sobre o ruidoso silêncio do Ministro da Educação e Ciência, um homem que sempre quis vender a imagem de farol e arauto do rigor e da excelência. Este ruidoso silêncio do Ministro Nuno Crato continua, tem um relatório há dois meses e meio e não se conhece nada. Claro, os amigos e os jogos de interesses são para as ocasiões.
Quanto à figura menor de Miguel Relvas, se lhe restasse uma ponta, mesmo que residual, de sentido ético e dignidade, já teria pedido a demissão.
Mas esta coisa de sentido ético e dignidade não se aprende na universidade, muito menos em meteóricas licenciaturas de um ano. Também não é possível adquirir através de equivalências incompreensíveis e habilidosas.
Que cumplicidades se escondem na inaceitável cobertura do Primeiro-ministro a uma figura que o diminui e nos insulta?

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