A minha manhã começou como quase todas, bem cedo com uma hora de corrida. Tivemos como companhia uma chuva persistente e um vento que quando estava contra nos fazia sentir que estávamos a subir, o esforço era bem maior.
Durante o treino comentava com o meu companheiro de "sofrimento" como nós o suportamos com a esperança e a procura de um bem estar para o corpo que melhor sustente a cabeça e a saúde. É certo que me sinto bem e assim quero continuar mas, na verdade, acho que estou a tentar enganar a idade.
Enquanto a chuva teimava em cair e o vento a empurrar para trás acabámos, como sempre, por achar que no fundo gostamos de correr e, certamente, seremos recompensados pelo trabalho que dá.
Na altura de me fazer à estrada para a lida, achei que o tempo não estava muito favorável à travessia do Tejo pela ponte 25 de Abril de mota, já lá apanhei uns sustos que me fizeram ganhar receio, pelo que peguei no carro. No primeiro cruzamento, sinto uma pancada forte na traseira, saio, chuvia imenso, e do carro que me bateu, sai uma senhora com um ar completamente alucinado que me grita qualquer coisa como "Estou muito alterada, estou num processo de separação, sou culpada, desculpe, desculpe, desculpe ..." e continuava com este animador discurso. Rapidamente tentei ver se o carro tinha algum dano, felizmente não e despedi-me da senhora aconselhando calma e tranquilidade, espero que a encontre, parecia bem precisada.
Continuei a viagem com a cabeça ocupada, é difícil evitar, com a situação que vivemos.
Já em Lisboa, num dos semáforos onde se processa a distribuição de jornais gratuitos, um jovem reparando que tinha o vidro um pouco aberto deixa-me um jornal no banco. Quando estacionei, olho e vejo na primeira página que a esperança de média de vida saudável em Portugal, é inferior à média europeia.
Ao tirar a mochila da bagageira ainda pensei enfiar-me lá dentro e esperar pelo fim do dia.
Felizmente fui conversar com um grupo de gente nova bem disposta e que acredita no futuro, foi o que me valeu. Ele há dias ...
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