Era uma vez um homem chamado Manhoso. Desde
pequeno evidenciou a maior das habilidades para cuidar de si. Na escola,
conseguia sempre que qualquer colega fosse responsabilizado pelas tropelias que
realizava sem que alguém desse por isso. Arranjava sempre maneira de copiar em
testes ou trabalhos, aparecendo invariavelmente com um ar tranquilo, cumpridor
e de consciência em paz.
Sempre muito centrado nos seus interesses e pouco
atento aos outros, o Manhoso, sendo popular entre os colegas, não tinha amigos.
Provavelmente, tal situação levava-o a refugiar-se ainda mais nele próprio.
Cresceu sempre com este estilo, procurando usar
as pessoas para os seus esquemas e proveitos.
Completou um curso universitário sem brilho,
levado ao colo pelos trabalhos dos grupos em que se insinuava, cabulando tanto
quanto podia nos exames e valendo-se da sua capacidade de persuasão.
Na altura em que se questionava sobre o que fazer
com a sua vida, contactos da universidade inspiraram-lhe um rumo a que com a
sua inultrapassável habilidade se dedicou e que começa a dar os desejados
frutos.
O Manhoso, perdão, o Dr. Manhoso, tem um lugar na
administração de umas empresas e integra
o grupo parlamentar do Partido, sempre atento e disponível para a posição correcta
e discursos adequados aos interesses de quem o convidou e também dá aulas de
Empreendedorismo e Inovação na Universidade onde se formou, perdão, onde o
formaram.
O retrato de um homem de sucesso.
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