Segundo o Grupo Português de Activistas sobre
Tratamentos VIH/SIDA tem-se verificado um aumento do trabalho sexual com riscos
acrescidos relativamente à incidência do VIH.
O aumento da prostituição, uma consequência, mais uma entre muitas, da
crise, já tem sido referenciado na comunicação social. Em vários trabalhos têm
surgido depoimentos de mulheres afirmando que o recurso à prostituição é uma questão de
sobrevivência, relatando situações de desemprego e necessidades familiares,
incluindo filhos.
Ainda não há muito tempo as instituições que
compõem a Rede sobre o Trabalho Sexual também referiram um aumento do número de
mulheres portuguesas que se prostituem sendo que o Algarve se está a tornar
também um destino de turismo sexual.
Este quadro é elucidativo e mostra alguns dos
efeitos trágicos dos tempos que vivemos. É conhecido que mais de
metade dos desempregados não tem acesso ao subsídio de desemprego. As pessoas
vivem de quê, sustentam-se e sustentam os seus, como?
Na verdade, não é a primeira referência que surge nos
últimos tempos relativa ao aumento de mulheres que se prostituem como forma de
sobrevivência pessoal e de suporte a filhos e família. Muitas fazem-no em
situações particularmente degradantes, ainda que o sejam sempre, sujeitas a
tudo e mais alguma coisa, na beira da estrada, vivendo a miséria humana no que
tem de mais feio, a venda de si mesmo, o único bem que possuem, o corpo, sendo
que, algumas, provavelmente nem do seu corpo serão soberanas.
Neste cenário, os riscos para a saúde própria e
de terceiros serão certamente considerados secundários.
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