Os arguidos dos crimes de abuso sobre os alunos da Casa Pia
alegadamente realizados numa casa em Elvas foram absolvidos.
Conforme as perspectivas, para alguns ter-se-á feito
justiça, finalmente. Para outros, a justiça não o foi, ou seja, absolveu quem
não devia.
Não sei, não tenho forma de saber de que lado está a
verdade. Ainda assim umas notas.
Creio que se reconhece terem existido abusos, disto
não parece haver dúvidas. Aliás a situação de abusos na instituição eram
conhecidas de há muito por gente da casa, recordo os depoimentos do Mestre
Américo, durante décadas funcionário da Casa Pia.
Havendo crime temos vítimas e criminosos.
Não sei se os agora absolvidos de alegados crimes
na casa de Elvas, produziram ou não os crimes, o Tribunal absolveu-os.No entanto, alguns dos
agora absolvidos estão condenados a penas efectivas no âmbito do processo
principal, por assim dizer. Por outro lado, sabe-se que muitas outras figuras escaparam ao
envolvimento no processo.
O cenário de abusos conhecido permite dizer seguramente que
em termos globais a justiça ficou longe de mostrar e cumprir o seu papel social
face ao que se passou durante muitos anos naquela instituição.
Na verdade, os grandes culpados de tudo isto
foram os miúdos que me admira não terem ainda sido processados por assédio. Se não
se têm queixado, armados em piegas, e algumas outras pessoas não tivessem
levado a sério nada disto se teria verificado. E tudo seria bem mais tranquilo.
Finalmente, todo o enredo em que se transformou este caso,
como tantos outros, independentemente da sua fundamentação jurídica, mostra
como em Portugal a justiça e a lei são um amontoado de alçapões e manhas muito
úteis a quem deles se saiba servir.
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