“Estamos todos no país a tentar evitar o momento final do anúncio ao
mundo da bancarrota e do incumprimento. Não estou a dizer que estamos em cima
desse momento, mas, infelizmente, estamos hoje mais perto do que estávamos há
dois meses, estamos mais perto do que estávamos há dois anos.",
afirmou hoje Daniel Bessa um dos muitos economistas, politólogos, especialistas
em várias matérias e mesmo em coisa nenhuma, opinadores, profissionais e
amadores, como este escriba, e todos os outros que olham para o mundo e dizem
alguma coisa. Ainda podemos dizer coisas, não são taxadas.
Ao ler Daniel Bessa lembrei-me,
no entanto, que a Troika ao finalizar a 7ª avaliação do programa de ajustamento
(a quê?, ainda não percebi bem) entendeu que "estava no bom caminho".
Lembrei-me ainda que a bancarrota
já chegou a muitos milhares de famílias e empresas em Portugal e muitas vezes
chegou sem anúncio, caiu em cima das pessoas atropelando-as na sua dignidade e
na sua vida.
Os feitores que nos governam,
agora, como sempre, esperam, sempre afirmam e sempre se enganam, que os amanhãs
cantarão, anunciarão a redenção e a salvação. A actual variante é que a
salvífica viagem assenta no empobrecimento, mais pobres mais perto da riqueza,
estranho, no mínimo.
A bancarrota não precisa de ser
anunciada, acontece todos os dias, à nossa beira.
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