Como forma de protesto a Associação de Pais e
Encarregados de Educação, as portas da Escola EB 2,3 de Santiago Maior em Beja,
encerrou a escola com cadeados. O protesto teve como objectivo "exigir
mais e melhores condições de ensino para os alunos com Necessidades Educativas
Especiais."
Na verdade, as crianças com necessidades
educativas especiais, as suas famílias e os professores e técnicos,
especializados ou do ensino regular conhecem, sobretudo sentem, um conjunto
enorme de dificuldades para, no fundo, garantir não mais do que algo básico e
garantido constitucionalmente, o direito à educação e, tanto quanto possível,
junto das crianças da mesma faixa etária. É assim que as comunidades estão
organizadas, não representa nada de extraordinário e muito menos um privilégio.
Como é evidente, em situações de dificuldade
económica, as minorias, são sempre mais vulneráveis, falta-lhes voz.
No fundo, esta situação é “apenas” mais um
exemplo de como estas crianças e famílias vêem os seus direitos atropelados por
quem deveria ser o garante do seu cumprimento.
Como sempre afirmo, os níveis de desenvolvimento
das comunidades também se aferem pela forma como cuidam das minorias.
Lamentavelmente, estamos num tempo em que
desenvolvimento se confunde com mercados bem sucedidos, com cortes nos recursos
necessários e na normalização dos miúdos, mesmo dos miúdos especiais.
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