A figura acima reproduz parte da 1ª página do JN e refere-se a três episódios, a agressão de uma mãe a uma professora, ao que parece por esta ter repreendido o filho, uma criança de seis com um comportamento agressivo que já obrigou à supensão das aulas na sua escola e que está agora autorizado a frequentar se a mãe o acompanhar em permanência e um terceiro e trágico caso, um adolescente de dezasseis anos, excelente aluno, que matou a mãe, refere a imprensa, num acesso reactivo à continuada pressão sobre o seu rendimento escolar, que é elevado como já referi.
Estes episódios, coincidentes no tempo, deveriam ser suficientes para desencadear uma reflexão séria sobre o que andamos a fazer em matéria de educação familiar e escolar.
Temo que possamos olhá-los como incidentes isolados, casos pontuais, de problemas de comportamento, falta de educação, um problema de saúde menal ou mesmo como casos de polícia.
Parecem-me bem mais do que isso, são sinais evidentes de alteração de valores e percepções sobre a autoridade, sobre a educação e as suas funções, quer nos contextos escolares, quer nos contextos familiares. São sinais da pressão para a excelência a que muitas crianças e adolescentes estão sujeitos e que estando para além do normal e desejável incentivo e exigência por parte do pais, que, diga-se, a generalidade dos miúdos e adolescentes acomodam e precisam, pode atingir níveis de pressão inuportável para alguns e desencadear episódios de violência descontrolada e imprevista.
São sinais de como as escolas estão desamparadas para lidar com problemas que as transcedem mas com os quais se confrontam pois é na escola que os miúdos passam o seu dia pelo que todos os problemas dos miúdos acabam por ser problemas da escola mas que para muitos delesnão tem nem pode ter a solução, naturalmente.
Para além de, evidentemente, pensar no que se faz com estes casos, importa analisar muito seriamente o que andamos a fazer como os miúdos, como andamos fazer, com que meios, com que valores, como que objectivos, com que políticas, etc.
Se o não fizermos, creio que a sua incidência tenderá a aumentar com custos progressivamnte mais elevados.
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