O Ministro Nuno Crato, homem inteligente, aprendeu depressa as manhas do discurso político, tudo está a correr bem, tranquilamente e conforme planificado, "Portugal entrou numa espiral responsável". As decisões, sempre correctas, quando não geniais, foram tomadas com base num amplo diálogo e concordância genérica e tranquila, tudo decorre sem qualquer sobressalto e com a maior normalidade. Existe um pequeno problema, a realidade que teima em não autorizar tais discursos.
Ao que parece e no superior entendimento do Senhor Ministro, os portugueses precisavam "de trabalhar um ano sem comer" para pagar a dívida. Felizmente, dada a magnanimidade infinita do Governo, tal não vai ser necessário e os portugueses que ainda têm trabalho podem continuar a comer. Os outros também, mal é certo, porque as cantinas sociais e as instituições de solidariedade vão dando uma ajuda.
Mas é assim no Portugal dos Pequeninos, a realidade está enganada, o Ministro é que está certo. A deriva política a que nos habituámos de há décadas na educação, tem continuado e vai continuar numa espiral de enorme responsabilidade por quem teima em atropelar os direitos dos miúdos e a criar uma escola, um ensino, que exclui sob uma máscara de rigor e qualidade que não resiste a uma análise séria e sem agenda.
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