quarta-feira, 13 de novembro de 2013

UM EXEMPLO DE PARTICIPAÇÃO CÍVICA


Ao que parece vai um grande alarido lá por Matosinhos pelo facto de um "morador de um bairro social" (passe a referência estigmatizante), militante do PS ter pago as quotas de 1172 militantes num valor superior a 11 mil euros. Acho estranho, confesso, o ruído criado e a não existência de merecidas referências elogiosas a tal procedimento.
Em primeiro lugar deveria ser destacado como um "morador de um bairro social", condição estranha pelos vistos, resolveu assumir solidariamente os custos da militância partidária de mais de mil companheiros de partido.
Em segundo lugar, num tempo em que a participação cívica está revista em baixa existir alguém que se dispõe e sacrifica desta forma para promover a participação cívica no seu partido é um visionário com uma missão, um homem que merecia lugar de destaque como exemplo de dimensão cívica.
É justo referir que não será, felizmente, o único exemplo desta natureza. Recordam-se certamente de um episódio acontecido em final de 2004. Funcionários da sede nacional do CDS-PP levaram em quatro dias para o mesmo balcão bancário um total de 1.060.250 euros, para depositar na conta do partido. Foram realizados 105 depósitos, todos em notas, de montantes sempre inferiores a 12.500 euros, quantia a partir da qual era obrigatória a comunicação às autoridades de combate à corrupção. A mesma rapaziada, funcionários do partido, emitiram um total de 4216 recibos apenas com a indicação do montante e do nome do doador. A PJ, conforme noticiado na altura, suspeitou de dados fictícios pois, por exemplo, encontrava-se a edificante referência a um doador de 300 € com o nome de "Jacinto Leite Capelo Rego". O processo foir arquivado por, presume-se, tudo ter sido claro e transparente.
São exemplos desta envergadura que dignificam a partidocracia e incentivam a participação cívica dos cidadãos através dos aparelhos partidários bem como a confiança e admiração que cada vez mais portugueses depositam nos partidos.

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

Que algum Deus, caso exista algum, (coisa que eu dúvido liminarmente) proteja essas pessoas generosas que de forma pecuniária contribuem para o matar da fome dos senhores políticos que tanto trabalham esforçada e desinteressadamente para o bem estar do povo.

Eu, pecador me confesso, não estou imbuído de tal altruísmo.


VIVA!