quinta-feira, 7 de junho de 2012

A PÁGINA EM BRANCO

Há uns minutos, envolvido na tentativa de produzir um texto que aqui viesse poisar, lembrei-me de um enunciado conhecido que, diz quem escreve, a sério, traduz uma enorme inquietação, a chamada angústia da página, ou ecrã, em branco.
Com esta minha inquietação, um ecrã em branco à minha frente, ocorreu-me com muitos adolescentes se devem sentir, eles sim, com a angústia da página branco.
Querem escrever a sua narrativa mas nada lhes parece poder preenchê-la, escrever o quê, caminhar para onde, por onde, como, com quem, para quê, etc.
São demasiadas dúvidas e interrogações para quem, muitas vezes, também está só ou acompanhado por outros com a mesma inquietação, a angústia da página em branco.
Não me sinto muito confortável com esta ideia que acaba por espelhar a vida da gente. Preenchi a minha página em branco com a angústia da página em branco com que se preenche a vida de muitos miúdos e adolescentes.
Na verdade, como diz Herberto Helder, "E o mundo ..., sou eu que o contemplo, é ele que me contempla, ou trocamo-nos?"

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