Há uns minutos, envolvido na
tentativa de produzir um texto que aqui viesse poisar, lembrei-me de um
enunciado conhecido que, diz quem escreve, a sério, traduz uma enorme
inquietação, a chamada angústia da página, ou ecrã, em branco.
Com esta minha inquietação, um
ecrã em branco à minha frente, ocorreu-me com muitos adolescentes se devem
sentir, eles sim, com a angústia da página branco.
Querem escrever a sua narrativa
mas nada lhes parece poder preenchê-la, escrever o quê, caminhar para onde, por
onde, como, com quem, para quê, etc.
São demasiadas dúvidas e
interrogações para quem, muitas vezes, também está só ou acompanhado por outros
com a mesma inquietação, a angústia da página em branco.
Não me sinto muito confortável
com esta ideia que acaba por espelhar a vida da gente. Preenchi a minha página
em branco com a angústia da página em branco com que se preenche a vida de
muitos miúdos e adolescentes.
Na verdade, como diz Herberto
Helder, "E o mundo ..., sou eu que o contemplo, é ele que me
contempla, ou trocamo-nos?"
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