A PEC - Política Educativa em
Curso parece afectada por um estranho síndrome que se pode caracterizar em
linguagem popular pelo tão conhecido "cada tiro, cada melro", ou,
numa versão mais subterrânea e menos bélica, "cada cavadela, cada minhoca".
Nos últimos dias, apenas três
exemplos.
Em primeiro lugar uma referência
ao "amplo diálogo e consenso" que presidiu à mega- asneira da criação
de novos mega-agrupamentos e a tranquilidade e forma atempada como todo este
processo está a correr, anunciando um início sereno e bem planeado do ano lectivo.
É sabido que muitos dos aspectos envolvidos estão ainda por regular e definir.
A prestação patética do Secretário de Estado da Educação num debate televisivo
de ontem e os testemunhos variadíssimos de quem acompanha e conhece o mundo da
escola, mostram a serenidade, o diálogo e o consenso.
Tivemos também o episódio
extraordinário do anúncio do início do fornecimento de pequenos-almoços a alunos
de algumas escolas que, quer as escolas escolhidas, quer os municípios
desconheciam como operacionalizar em cima do início da operação. Evidentemente
o MEC entende que tudo foi planeado e definido oportunamente embora, mais uma
vez, a realidade desminta o discurso.
Hoje surge um esclarecimento
sobre a interpretação da gestão horária das
matrizes curriculares que tanta confusão geraram em muitas escolas e que,
obviamente, o MEC entende não se justificar mas lá vem com um esclarecimento.
Para uma equipa guiada por um
farol de rigor e de competência, quando
não genialidade, convenhamos que a coisa não está a correr bem.
Depois de décadas à deriva, à
deriva continuamos, mas mascarada de rigor.
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