quarta-feira, 6 de junho de 2012

CADA TIRO, CADA MELRO

A PEC - Política Educativa em Curso parece afectada por um estranho síndrome que se pode caracterizar em linguagem popular pelo tão conhecido "cada tiro, cada melro", ou, numa versão mais subterrânea e menos bélica, "cada cavadela, cada minhoca".
Nos últimos dias, apenas três exemplos.
Em primeiro lugar uma referência ao "amplo diálogo e consenso" que presidiu à mega- asneira da criação de novos mega-agrupamentos e a tranquilidade e forma atempada como todo este processo está a correr, anunciando um início sereno e bem planeado do ano lectivo. É sabido que muitos dos aspectos envolvidos estão ainda por regular e definir. A prestação patética do Secretário de Estado da Educação num debate televisivo de ontem e os testemunhos variadíssimos de quem acompanha e conhece o mundo da escola, mostram a serenidade, o diálogo e o consenso.
Tivemos também o episódio extraordinário do anúncio do início do fornecimento de pequenos-almoços a alunos de algumas escolas que, quer as escolas escolhidas, quer os municípios desconheciam como operacionalizar em cima do início da operação. Evidentemente o MEC entende que tudo foi planeado e definido oportunamente embora, mais uma vez, a realidade desminta o discurso.
Hoje surge um esclarecimento sobre a interpretação  da gestão horária das matrizes curriculares que tanta confusão geraram em muitas escolas e que, obviamente, o MEC entende não se justificar mas lá vem com um esclarecimento.
Para uma equipa guiada por um farol de rigor e de competência,  quando não genialidade, convenhamos que a coisa não está a correr bem.
Depois de décadas à deriva, à deriva continuamos, mas mascarada de rigor.

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