O Tiago, um miúdo a frequentar o 3º ano, mostrava uma forma
de funcionar que deixava a sua professora um pouco perplexa e sem saber muito
bem como lidar com ele.
O Tiago tinha capacidades, aprendia com facilidade, era
muito bom a conversar e a argumentar, mostrava os seus conhecimentos escolares
desde que fosse a falar, mas escrever não era com ele. Sabia realizar o que tinha para fazer. No entanto, demorava “horas” para
produzir qualquer coisa e mesmo passar algo do quadro era uma tarefa
permanentemente inacabada.
A professora, mulher atenta e que tinha aprendido a ler os
miúdos para melhor os poder ajudar, preocupou-se ainda mais com o Tiago e
descobriu, leu, a sua paixão mais que todas, o futebol, actividade na qual tinha, veio a saber-se, um bom desempenho.
Na escola, ao intervalo, um grupo de alunos do 4º ano
juntava-se todos os dias para jogar renhidas partidas de futebol. A professora
do Tiago falou com esses miúdos e sugeriu-lhes a participação do Tiago nos
jogos. Os futebolistas mais velhos aceitaram a proposta.
Assim, a Professora explicou ao Tiago que iria jogar futebol
todos os dias com os colegas do 4º ano se … claro, terminasse todas as tarefas
que deveria realizar.
O Tiago nem pestanejou, só abriu os olhos e se riu.
Passou a ser o primeiro a acabar os trabalhos e, registe-se,
bem realizados.
É verdade, o futebol faz milagres. Os professores atentos
também.
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