Era uma vez um miúdo chamado
Elástico que, na verdade, é um nome estranho para gente.
O que era ainda mais curioso é
que o Elástico parecia mesmo um elástico, quando puxavam por ele esticava-se,
esticava-se, ficava mesmo tenso. Quando
o deixavam tranquilo, retomava o seu estar, calmo, como são os elásticos quando
não estão esticados.
As pessoas não se davam conta de
como o Elástico se sentia quando o esticavam.
Os pais, por desentendimento sem
retorno, separaram-se, seguiram narrativas diferentes e ambos, por gostarem do
Elástico, puxavam-no para si.
E ele, o Elástico, sentia-se
puxado, ora por um ora por outro e ficava tenso, muito tenso mesmo.
Mas os pais, muitos são assim,
quando se perdem deles não se querem perder dos filhos e, por medo de que isso
aconteça, puxam muito pelos filhos, pelo que puxavam pelo Elástico.
Ele, muitas vezes, sentia-se mal,
já quase nunca estava calmo, estava quase sempre tenso. Os pais, quanto mais o
percebiam triste menos o percebiam a ele, só pensam em si, pais, e assim puxavam ainda mais por ele, para si.
Um dia, estão a adivinhar, o
Elástico partiu-se. Os elásticos mesmo quando parecem fortes acabam por partir.
Ou porque secam, ou porque a tensão foi demais.
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