Hoje alguém trouxe para a
conversa uma questão que certamente se colocará a muitos jovens nas próximas
semanas, que curso escolher e com que critério, em caso de dúvidas. Os jovens
deverão seguir a sua motivação e interesse, ou a escolha deve obedecer ao que
se conhece do mercado de trabalho, isto é, nível de empregabilidade e saída
profissional?
Para muitos de nós,
provavelmente, a resposta será fácil, seja num sentido ou no outro. Alguns
dirão que cada jovem deve, obviamente, seguir o seu desejo, o seu gosto, só assim se realizará. Ideia romântica e sem noção da realidade que corre o sério
risco de desembocar no desemprego, dirão outros para os quais a escolha deve
ser racional, pragmática, realista, o jovem deve procurar uma formação que lhe
garanta, tanto quanto possível, saída profissional e para isso deve "estudar"
o mercado e assim proceder à escolha. Os primeiros acharão que este
entendimento pode levar a um risco de frustração e desencanto que podem
instalar-se em quem "faz o que não gosta".
Na verdade não será fácil a escolha
para muitos jovens a que acresce, frequentemente, a pressão familiar ou de
outras pessoas para a "escolha acertada".
Algumas notas que muitas vezes
partilho com jovens e pais sobre estas questões. Em primeiro lugar registar que
é fundamental buscar formação, sem ela tudo será mais difícil.
Dito isto, sou dos que entendem
que cada um de nós deve poder escrever, tanto quanto as circunstâncias o permitirem,
a sua narrativa, cumprir o seu sonho. Por outro lado, a vida também nos ensina
que é preciso estar atento aos contextos e às condições que os influenciam,
sabendo ainda a volatilidade e rapidez com que hoje em dia a vida acontece.
Nesta perspectiva, parece-me
importante que um jovem, sabendo o que a sua escolha representa, ou pode
representar, nas actuais, sublinho actuais, condições do mercado de trabalho,
faça a sua escolha assente na sua motivação ou no projecto de vida que gostava
de viver.
Finalmente, do meu ponto de
vista, boa parte da questão da empregabilidade, mesmo em situações de maior
constrangimento, relativiza-se à competência, este é o ponto fulcral.
Na verdade, o que frequentemente
me inquieta é a ligeireza com que algumas pessoas parecem encarar a sua formação
superior, assumindo logo aqui uma atitude pouco "profissional",
cumprem-se os serviços mínimos e depois logo se vê. Mesmo em áreas de mais
baixa empregabilidade, ou assim entendida, continuo a acreditar que, apesar dos
maus exemplos que todos conhecemos, a competência e a qualidade da formação e
preparação para o desempenho profissional, são a melhor ferramenta para entrar
nesse "longínquo" mercado de trabalho.
Dito de outra maneira, maus
profissionais terão sempre mais dificuldades, esteja o mercado mais aberto ou
mais fechado.
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