A história é simples e real, já
era conhecida nas redes sociais e hoje chegou à imprensa escrita através do I. David
Grachat tem como condição uma amputação congénita da mão esquerda. É estudante
universitário, atleta olímpico de natação, esteve em Pequim e estará em
Londres, já foi recordista europeu e também vice-campeão europeu. Beneficia de
uma bolsa de alta competição e beneficiava de um subsídio vitalício de
invalidez, avaliada em 60%, no valor de 115€. Em Janeiro de 2011, o subsídio de
invalidez é-lhe cortado, protesta, e em Junho é sujeito a uma Junta Médica
sendo informado em Novembro de que o pedido de subsídio é "indeferido por
não ser portador de deficiência". E assim continua.
Sabemos todos que em Portugal, a
questão da atribuição de subsídios, em diversas circunstâncias, a pessoas ou a
instituições, da mais variada natureza e por diferentes razões, é um mundo nem
sempre transparente e sujeito a abusos e "manhas" ou fraudes de todos
conhecidas.
No entanto, esta história é um
exemplo curioso da forma arrogante e inflexível como frequentemente a
administração lida com as minorias. Pode parecer demagógico trazer as situações
escandalosas de apoio a grupos económicos ou a pessoas envolvidas em negócios
cujas consequências são pagas, e muito caro, por todos nós ou de como a gestão
da subsidiodependência é uma excelente e tentadora forma de poder.
Estou longe de defender uma
lógica paternalista ou assistencialista que determine a forma como se gerem as
situações que envolvam minorias. Entendo apenas que a responsabilidade social,
a dimensão ética e respeitadora dos direitos das pessoas não são discutíveis.
No fundo, como sempre afirmo, o
nível de desenvolvimento de uma comunidade também se afere pela forma como
entendem as minorias.
Quanto às minorias, na verdade,
falta-lhes voz.
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