Após a decisão do Colégio Arbitral que se pronunciou pela não definição de serviços mínimos durante a greve dos professores, como era
expectativa e desejo do Governo, o Primeiro-ministro anunciou a intenção de
mudar a lei para que tal não voltasse a acontecer. Está certo, não gostamos das
regras do jogo, mudam-se. Mais nada.
Ontem, o Dr. Alberto João, um farol da democracia, defendia a
proibição do direito à greve em alguns sectores, pois é “insustentável”. Sem
sombra de dívida, isso é coisa de comunistas e cubanos.
Na mesma onda, o geniozinho que substituiu o “Dr.” Miguel
Relvas no Governo, Poiares Maduro, afirmou ontem em Conferência no Grémio
Literário que “um dos grandes problemas em Portugal é que tudo é contestado”.
Têm muita razão os nossos Queridos Líderes.
Estão as pessoas do Governo, as que obviamente
sabem o que é importante para o país, a cumprir o patriótico dever de reformar
o Estado, despedir pessoas, levar o país à recessão, as pessoas à pobreza e as
empresas à falência e esta gente só atrapalha, quer discutir, negociar e até
fazem greves quando é preciso é trabalhar, já vamos nas 40h mas é preciso mais.
Mas discutir o quê? Negociar o quê?
As pessoas comuns sabem alguma coisa de economia,
de finanças, de reformas de estados?
Claro que não, é só para atrapalhar e fazer
perder tempo.
Que não hesitem, pois, Queridos Líderes, cumpram
o dever patriótico de reformar o país e ponham a mexer, em mobilidade, perdão
em requalificação, perdão no desemprego, quem tiver que ser. O país não pode
estar preso por irrelevâncias como as que as pessoas estão sempre a levantar,
em vez de estarem sossegadas em casa ou a trabalhar, os que ainda o podem fazer.
Há que mudar a Constituição e acabar com estas
forças de bloqueio como sindicatos, o Tribunal Constitucional, Provedor de
Justiça, Tribunal de Contas, imprensa pouco amiga, etc..
Que chatice!
Deixem trabalhar os Queridos Líderes.
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