Nesta altura do ano, campeonatos acabados, para desgosto de
alguns, é o meu caso, com um resultado pouco atractivo, por assim dizer, as
atenções voltam-se para o mercado, sempre o omnipresente mercado, neste caso,
como diria Jorge Jesus, o mercado das transferências.
Num país com um número extraordinário de jornais desportivos
diários, perdão basicamente de futebol, todos os dias são noticiadas novas transferências,
saídas e entradas de jogadores para ajustar o plantel ou o grupo de trabalho,
em futebolês. Os milhões de adeptos do futebol comentam, discutem, apaixonadamente os negócios de milhões que o seu clube realizou, realiza ou devia realizar e continuam mergulhados na luta pela sobrevivência por causa ... dos milhões de outros mercados.
Todas estas movimentações anunciadas, concretizadas,
inventadas para inflacionar valores, etc. envolvem sempre milhões, muitos
milhões, seja em salários completamente obscenos, seja, também em futebolês, em
cláusulas de rescisão.
Devo confessar que fico perplexo com a facilidade e
disponibilidade com que nos tempos que correm se movimentam milhões, muitos
milhões, neste negócio que não se percebe muito bem como se alimenta, as
assistências nos estádios estão em queda, o mercado publicitário em recessão e
a economia no mesmo cenário sendo que também é conhecido o volume dos passivos
da esmagadora maioria, para não dizer a totalidade, dos clubes, nacionais ou estrangeiros.
No entanto, o circo da compra e venda de jogadores e
treinadores continua a envolver muitos milhões, não pára e compõe diariamente
as páginas dos jornais e que vão garantido a sua tiragem em tempo sem futebol nos estádios.
Sempre que falo de futebol reafirmo a minha paixão incurável
mas, sem demagogia, estes negócios e valores no contexto em que ocorrem e com
os actores que envolvem, chegam quase ser insultuosos quando olhamos à nossa
volta.
O mundo é mesmo um lugar estranho.
Sem comentários:
Enviar um comentário