Uma história que não fala da greve aos exames.
Um dia destes, no meu grupo de corrida e dado que o
andamento moderado permitia a conversa, íamos comentando as incidências da vida
no Portugal dos Pequeninos e os bons exemplos dos esquemas e negócios manhosos
que todos os dias são conhecidos, quando se ouviu a voz de um dos companheiros
que assertivamente afirmou em “tuguês”, “voceses não vêem que o problema é mas
é q’a gente semos uns gandas trafulhas, e quem mais faz trafulhices é que
sobe”.
O nosso companheiro é um homem que analisa o país à luz de
uma queixa recorrente, “Fez-se o 25 de Abril para quê? Eu ainda tenho que
trabalhar, tá mal”.
Depois da declaração conclusiva ficámos uns minutos em
silêncio, não sei se por percurso ter empinado um bocado e o ar faltava ou se
por ficarmos a pensar nas trafulhices que fazemos.
Mas na verdade, a trafulhice neste país é coisa que parece
não ter fim.
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